Este é o Gavião preto do alto Eiru, perde em tamanho apenas para a Harpia o nosso Gavião Real, mas tem uma tecnica bem diferente de ataque para capturar presas. Enquanto o grande Real , apesar de seu tamanho voa silenciosamente, o Preto, faz questão de ser ouvido pelos macacos, pois é exatamente neste anuncio de ataque que reside sua arma maior: os símios desorientados, apavorados com o eminente ataque, começam a pular em todas as direções sem cordenação no bando e então, é nesta hora que ele investe sobre um que esteja mais vulneravel. Dono de uma força invejavel, pega sua vítima geralmente pelas costas e o arrasta em vôo, para cima até uma altura que possa quebra-lo quando o soltar. Na queda. o pobre macaco, muitas vezes ainda vivo vem se batendo todo nos galhos e mesmo a folhagem não é o suficiente para amortizar o choque, e ele morre ou fica tão ferido que não esboça mais nenhuma reação. Apesar de trágico, um destes ataques que presenciei me fascinou, quer pela dinâmica da ação ou pela maneira inteligente de dispersar o bando de macacos. Na natureza todos tem uma função programada e se cconhecer um pouco a região onde vive, por certo terá oportunidades de presenciar espetáculos como o que narrei agora.
terça-feira, 31 de julho de 2012
As Ciganas
Não me perguntem a origem exata deste nome dado a estas vistosas aves. Talvez estes detalhes brancos em sua roupagem de anuances da cor marrom, lembrem as saias rodadas das moças do povo europeu chamados Ciganos. Eles são nômades e isto talvez tenha trazido alguns deles até estas bandas ha muitos tempos atrás. São aventureiros e poderiam estar aqui no tempo aureo da borracha. Esta é uma ave diferenciada, quando nova, ainda sem penas, muitas vezes se encontram andando nos igapós muitas delas em galhos baixos, e as pessoas costumam capturar animais novos para criar em casa, ledo engano de quem pensa em pega-las, pois mergulham muito bem e são exímias nadadoras, o que surpreende os caboclos. Quando adultos, andam em bandos grandes e costumam habitar as margens de lagos. Agora elas tambem tem, que se refugiar bem no centro das florestas pois são mortas para serem comidas. Antigamente encontravam-se com facilidade mesmo perto das cidades enormes bandos de até sescenta animais, hoje os bandos além de raros nunca ultrapassam os dez. De suas penas se despreende um fétido cheiro, que não é suficiente para inibir a ação predatória dos habitantes dos seringais. Dizem que após limpar o animal inclusive retirando sua pele, ela se torna uma iguaria. Cientistas da Biologia estão agora associando-as, aos Dinossauros e se fundamentam em uma garra que ela possui bem na dobra das asas.Seu canto é mais um grasnar que outra coisa qualquer. São pesadonas e seu vôo é curto, tendo que procurar lugares fechados nas copas das árvores para escaparem dos caçadores.
A Onça Prenhe
A história desta Onça eu já contei no Blog anterior, como estou repaginando todos os desenhos, tornarei a contar esta aventura, que se tornou misteriosa, pelo inusitado da situação vivida, e pelo reconhecimento de uma fera a um ser que não queria seu mal. Transcorria o ano de 1973, e um seringueiro nosso que habitava no alto Eiru, pediu nossa ajuda para desfazer um grande roçado que ele tinha de mandioca, e que estava passando da época de transformar em farinha. A farinha de mandioca é o básico de alimentação das pessoas de nossa região . Nos nossos seringais sempre tinhamos um grande roçado por prevenção pois sempre estavam chegando novos fregueses e estes, não traziam farinha para comer enquanto se instalavam, e nós é que fornecíamos. Este seringueiro era muito trabalhador e tinha sobra de produção sempre. desta vez era tanta, que ele apelou para a nossa amizade e assim é que meu irmão Edy e eu, fomos para o alto Eiru onde ele morava, levando conosco tres barcos e uma equipe de dez homenss trabalhadores. O alto Eiru, era uma espécie de paraiso perdido: animais de todas as espécies estavam ali nas margens, esperando serem caçados, muitos peixes, tudo muito farto. Eu nesta época ainda um jovem de vinte e sete anos, bom atirador, e sem muitas oportunidades de estar tão cercado de tantas caças, logo no dia seguinte de minha chegada, convidei o dono da casa para darmos uma volta de canoa pelo rio, e em companhia de um filho seu [para ajudar a remar] fomos subindo o rio ao amanhecer. Depois de uma hora de exaustivas remadas, depois de termos visto uma infinidade de macacos, aves e até um bando de porcos Caitetus, em uma curva do rio, sem que pudessemos ver ao longe, nos deparamos a tres metros de uma enorme Onça Pintada.A nossa reação foi imediata: todos pegamos as armas, afinal estavamos quase ao lado do maior predador das Américas, mas meu impulso de atirar não obedeceu a minha reação inicial e então ví que ela estava estática; nem nos olhou. Só fitava o rio, e mudava a cada dez minutos aproximadamente, a posiçao de suas patas , mas o rosto estava imutável. meu seringueiro ia atirar e eu energicamente mandei-o parar. Notei sua decepção e sobretudo surpresa, afinal, tratava-se de uma Onça Pintada, mas me atendeu e ficamos parados por mais uns trinta minutos olhando o belo animal. Então, ela sem nos olhar, virou-se e entrou em um grande tronco ôco de Cumarú que estava bem atrás dela e, em mais uns quinze minutos ouvimos o MIAR de gatinhos; Ela acabara de ganhar filhotes. Confesso que quase bati palmas, e meus companheiros pareciam tambem agora contagiados pelo acontecimento. Um pouco mais e ela saiu do ôco trazendo um filhote ainda meladinho preso pela cabeça dentro de sua boca e o colocou por trás do tronco onde havia sol. Retornou ao buraco e trouxe o segundo gatinho e tambem o colocou la e deitou com eles começando a lamber. Disse eu ao meu parceiro que iria olhar o trio, ele quase ficou louco dizendo que era a morte certa pois uma Onça de filhotes era pior que o Satanás disse ele, mas não sei explicar porque, senti que ela não me faria mal, e bem lentamente [mesmo com um pouco de medo] avancei até o tronco, olhei por cima e os ví: estavam mamando e ela então me deu de presente, este olhar cumplice que postarei acima. Logo rosnou e eu entendi que meu momento glorioso havía esgotado o tempo.
Pontos a Ponderar
Cada dia que passa, mais me convenço que as feras da Natureza, na realidade são os seres humanos, que armam dramas teatrais, que usam sua capacidade de criar voltadas para o mal e forjam situações nunca acontecidas para prejudicar os que acreditam em si, e sem nenhum escrúpulo logo demonstram com atitudes alheias até então ao seu modo de vida, o que na realidade são. Os animais atacam para se defender, ou, quando por uma imposição de sua espécie biológica matam para comer, os humanos, criam engodos contra os que lhes amam, na tentativa de lhe tomarem bens, sem levar em conta seus sentimentos, o sofrimento que causarão sobretudo por terem enfim descoberto quem na verdade é o ser amado. A traição fere e destroi o mais nobre dos sentimentos.
Mucura da Água
Eis aqui um infortunado animal que quase chegou a extição por ser belo. Isto mesmo! Na época do desbravamento, dos seringais, sua pele era exportada para a Europa e Estados Unidos da América, onde tinha imenso valor, para se transformar em casacos de luxo ou estolas da granfinagem da época. Estas manchas que no desenho aparecem mais escuras, ao natural são marrom bem escuro, estas mais claras marrom claro e logo depois um amarelo ouro em anuance chegando ao claro e branco na barriga. É um Marsupial. Não é australiano mas tem sua bolsa [que fecha energicamente quando na água.] Ocorre agora nos altos igarapés, onde os predadores naturais são em baixo número e os humanos, difícil de aparecer. Tive a oportunidade de observar um deles no alto igarapé do Paxiuba afluente médio do rio Eiru, era anoitecer, e eu dispunha de uma boa lanterna a pilhas, e assim pude ver o espetáculo dele caçando. Geralmente as noites, as margens de cursos da água, são locais de refúgios de peixes e crustáceos que buscam na água rasa, a proteção contra seus predadores, ai é que entra em ação este maravilhoso animal que mesmo sem enxergar tão bem no escuro, entra na água, e sai em velocidade tateando com suas mãos espalmadas, e capturando peixes vermes ou caranguejos que encontre. Nada bem e fica nesta atividade até perto do amanhecer, quando se recolhe a sua toca pela última vez até o próximo anoitecer.
Jacaré Açu, o Rei dos rios
Na ultima postagem, ao falar sobre os Socós, mencionei os temiveis Jacarés da Amazónia. Este aqui é um belo exemplar de Jacaré Açu, o maior de nossos rios, chegando alguns indivíduos a medirem seis metros. O Jacaré Açu é agressivo, e deve ser respeitado pela tremenda força que tem em sua mordida, considerada uma das mais fortes do reino animal. É animal territorialista, e defende seu espaço com a própria vida. Bom de viver pois se alimenta de tudo que se move em sua volta, e os machos não excluem nem seus filhotes recém nascidos. Esta cena, é feita de lembrança, em homenagem aos muitos que eu via quando passava pela foz do rio Eiru a cada quinze dias quando ia ou voltava de meu trabalho, até as décadas de setente e oitenta. Perto da foz do Rio Eiru, existe um trecho do rio quase reto, que chamamos de "Estirão", neste, ficavam dezenas de enormes Jacarés que se exibiam tomando sol, pois são animais do sangue frio e precisam deste recurso para ficarem ativos o dia todo. Não se importavam muito conosco. Alguns caiam na água, mas a maioria nos olhava com digna indiferença, e nesta época se vendia a sua pele, para o sul onde confeccionavam artefatos de uso humano: bolsas,sapatos, cintos etc. Hoje, a caça é considerada ilegal,no entanto perto das cidades eles são raros, pois a sua carne que antes não era consumida, agora se transformou em iguaria para muitos, e eles os matam sem piedade.. Ah, só comem a parte do rabo. Não me perguntem quem é o mais selvagem se o Jacaré ou...
SOCOZAL
Este é um local de nidificação das aves pernaltas do Rio Eiru. Este título de Socozal é oriundo do fato de quase todas as aves serem conhecidas como Socó. Temos uma diversificação razoavel mas, não individualizamos todas as espécies, assim, excluimos apenas as Garças, os Manguaris, em outros paises é conhecido como Garça Real ou Garça Cinzenta, temos o Tamatião pequena Garça que tem a penugem da cabeça amarelada, com detalhes em azul claro e umas penas fininhas que descem sobre o alto de sua cabeça, o resto é Socó. Socó Azul, Socó Boi, Socó Cinza, Soco Tripa e Socó Pinto. As aves maiores, tais como os Manguaris e as grandes Garças Real, ainda o Socó Boi e o Azul, fazem seus ninhos juntos em árvores altas. Os demais usam uma vegetação mais densa e mais baixa. Sempre estes locais são de difícil acesso aos homens, que mesmo assim com ajuda de instrumentos de corte [terçados, facões] chegam até eles, e os matam com facilidade e retiram centenas de ovos. Este fenomeno ocorre na época das cheias,e com a mata alagada, inúmeros Jacarés, fixam residencia embaixo, para devorarem os filhotes que ainda sem muita destreza para andar nos galhos, caem como frutos maduros. O que denuncia o local da postura é o barulho que fazem, ao brigarem por espaço, e o contínuo vôo, ao chegar e sair de seus ninhos em busca de comida. Não conheço nenhuma medida de proteção séria e eficiente e os ninhais, estão diminuindo, ou, no melhor das hipóteses ficando cada vez mais distantes da "civilizada" ocupação humana.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
A Eclética Amazonia
Recebi um IMAIL, de um cidadão da Ucrania, que visitava um outro Blog que eu tinha, e que, por ter perdido completamenta a senha, tive que refazer, criando este similar, no qual estou mudando textos, embora continuem pertinentes, e naturalmente deverei postar novos desenhos inéditos, tão logo compre uma câmera Fotografica pois a minha SUMIU. Em sua correspondencia, traduzida pelo Not-book ele me pedia que criasse um quadro que desse a ideia da diversificção de minha região na Amazonia, e de preferencia que fizesse em um estilo despojado, tendente ao moderno e, em cores. Devo confessar que fiquei em primeiro lugar lisonjeado pelo carinho do frequentador de meu humilde Blog, e em seguida me perguntei se meus desenhos criados em estilo Bico-de-pena não são bons????????? Depois de ter recebido o reconhecimento até de artistas famosos como Anísio Melo, optei por achar que o Ucraniano queria testar minha capacidade de inovar, e aceitando o desafio até por estar, agradecido de sua visita, criei este desenho, que trás: uma paisagem ribeirinha, em seguida uma arara, nosso animal de referencia mundial, logo abaixo coloquei flores, e uma orquidea se destacando, para mostrar a suavidade da floresta, bem em baixo a mata com macacos aranha e ao lado no mesmo plano, um índio [Antigo pagé Curina]´logo acima repteis, peixes, insetos e besouros e estrelas, as noites de verão na Amazonia são exuberandes de beleza celeste, finalizando um pedacinho homenageando as palmeiras. Diversas, produtivas, frutiferas ou prontas para se desfazerem em residencias: paredes, coberturas etc Não sei se ganhei a aprovação do meu ilustre e desconhecido desafiador. Espero que tenha gostado e, se não consegui personificar seu pensamento, continui com a correspondencia ela me encheu de orgulho e agradecimento. Gostaria de receber de todos os paises que visitam o Blog, comentários, críticas, sugestões que por certo me enriquecerão como artista e ser humano.Assina um ex-seringalista, desenhista completamente Auto-Didata, hoje um apaixonado pela preservação de seu Habitat. Dias depois, um professor de um aluno filho de um amigo meu, ptecisou de um trabalho assim e, criando coragem deixei que levasse este; SERVIU.
Sede de um Seringal situado em um Igarapé
Outra cena típica da minha querida Amazonia. Nesta eu destaco as escadas que dão acesso ao porto, onde sempre existe uma larga tábua de sacopemba de alguma árvore, para servir de local para lavar roupas, louças e tomar banho. As escadas são providenciadas a medida que o rio vai secando, quando o morador corta pedaços de toras de madeira roliça, e na terra mole, os pressiona para servirem de degraus. Se prestar atenção verá aqui no canto esquerdo bem embaixo um boi, que desce sempre o barranco para comer a vegetação que se torna ,mais tenra e mole. Sempre que existe um pequeno campo criado pelas constantes limpeza da área, nasce uma espécie de grama, e geralmente o dono do seringal apreoveite para criar alguns animais. Nunca são em números grandes, e são criados da maneira mais primitiva imaginda, a maioria nem sequer consome sal doméstico,para apoio de sua alimentação. Tambem coloquei por trás das casas, um roçado que se destina ao plantio de mandioca, vejam que existe terras altas, que depois de queimadas, guardaram os troncos grossos que não se desfizeram no fogo. O pequeno barco, [cópia de um que andei tantos anos no alto rio Eiru. Tinha capacidade de transportar apenas 1700 Kls, era direcionado a andar em águas rasas e rios cheios de obstáculos de árvores caídas.] Sempre as casas que servem para loja, armazém ou mesmo moradia dos patrões, são feitas de madeira serrada, e cobertas com telhas de alumínio. a cobertura de palha, é muito mais confortável,pois retém o calor, sempre muito forte durante os dias de verão. O alumínio, ao invés disso, propaga, amplia e a casa fica sempre quente mesmo sendo de madeira. No entanto, esta cobertura dá ao seringalista status.. Hoje em dia esta é uma prática comum nas Comunidades, antigas sedes de Seringais.
domingo, 29 de julho de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
SAUDADES DA AMAZONIA
Sempre que me vejo com uma canetinha de Nankin nas mãos e um papel limpo na minha frente, fecho os olhos e me deixo levar pelas recordações do tempo que administrei os seringais de minha família. Não preciso de fotos ou outras referencias que não sejam as lembranças, e minha imaginação então CRIA, paisagens como esta que aqui está, que bem pode ter uma similar em qualquer curva de um dos nossos rios, ou, apenas atiçar sua memória ao querer descobrir aonde viu este lugar, sem saber que ele faz parte de um todo que se chama SAUDADES DA AMAZONIA. Na beira do rio o casal de Araras namora indiferente aos olhares que possam os mirar. O tronco caído que se projeta para o rio, com certeza abriga em seu ôco uma infinidade de espécimes que surgem e vivem em qualquer lugar deste rico Eco-Sistema. Ao fundo um barquinho de Regatão o comercio itinerante da região e ao largo uma canoa com pessoas que vem para fazer suas compras. a sinuosidade do rio tambem se vê, e o barranco quebrado é uma prova que nossos rios [a maioria] ainda não definiu o caminho que se perpetuará no solo. Essa é a Amazonia o mundo misterioso, que mesmo no século 21, deafia os estudiososa lhe conhecerem enquanto convida a ama-la...a preservar
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Queixada o Javali da Amazônia
Porco de médio porte o Queixada anda sempre [Até hoje em dia] em enormes varas com trinta ou mais indivíduos. É um animal valente e mesmo a terrivel Onça Pintada, o maior predador das Américas não o enfrenta de peito aberto. Geralmente quando sente o bando, trepa em alguma árvore que esteja em seu caminho e, espera passar o bando até que o último animal fique ao alcance de seu pulo, um ataque mortal. Geralmnte são os mais velhos ou doentes que se atrasam nas longas caminhadas. Se algum caçador incauto atirara em um animal que venha na frente ou perto do líder, o bando todo o enfrentará e com certeza não terá chance de sair com vida da aventura. Sua carne é muito apreciada, e se estiver gorda, tem um gosto delicioso. Os Queixadas tem no final de seu dorso, uma glandula que desprende um cheiro fétido e nauseabundo se o animal estiver irritado ou sendo perseguido. Os índios e seringueiros caçadores experientes os perseguem sempre atalhando as voltas que o mesmo faz ao fugir, pois sempre foge assim descrevendo círculos que de cada vez se alongam mais. Se alguém tentar perseguir o bando correndo sempre atrás deles, não suportará o mal cheiro e terminará vomitando. Nos machos este fedor é bem mais acentuado. Apesar da imensa perseguição por sua carne, aqui nesta parte do Juruá ainda existem muitos bandos grandes, que estão resistindo ao extermínio.
Centros produtivos de borracha até 1990
Aqui está uma cena típica da Amazônia no Vale do Rio Jurua, onde ocorre o seu afluente Eiru, altamente produtivo em borracha quando da época do extrativismo. A casinha que se vê, é construida de Paxiuba, um tipo de palmeira que os seringueiros abatiam e, davam muitos golpes com machados em seu tronco no sentido de seu comprimento. Feito estes cortes, então o tronco é aberto e se extrai seu interior deixando apenas a casca que é de 2 cmm de espessura, mas de uma resistencia impressionante. Depois de aberta ela fica com a largura de uma tábua de 40 cmm, as vezes menos, as vezes até mais, e com estas peças, são construidas as casas, piso e paredes. O telhado é feito de um tipo de palha chamada Caranaí, é uma pequenina palmeira, da qual se extrai as folhas que então são trançadas, em uma ripa de Paxiuba, geralmente com tres metros de comprimento e amarradas sobre paus roliços que dão formato ao telhado. Os obstáculos que se vê no meio do Igarapé, são comuns, pois são árvores caídas que na época da seca, entulham o leito do riacho não permitindo o transito nem de pequenas canoas. Estas casas eram construidas as vezes bem distantes da margem do rio maior, e seus donos tinham que percorrer seis horas ou mais a pé, para ir fazer compras no barco do seringalista que passava a cada quinze dias. Assim era conveniente abastecer a casa de mercadorias não perecíveis na temporada das águas, para evitar transtornos e sofrimentos. A borracha que se produzia nestes Centros era retirada no fim do ano, e o seringalista costumava mandar empregados irem até lá para verificarem a situação de produção de seus mora
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