Olhando bem logo você verá a fêmea que está no plano superior da terra. Apesar de grandes, eles são animais que se camuflam muito bem e tenha na certeza de que sempre que você olhar para um deles na mata, ele já estará olhando para você. Temos dois tipos aqui na Amazônia, este que chamamos capoeira é o grande, e um menor que chamam Veado Roxo, mas na verdade sua cor é um cinza claro, é que os seringueiros não costumam primar por definições de cores e quase tudo qua vai do marrom ao cinza e ainda ao próprio lilás, eles rotulam como roxo. Um belo espetáculo da natureza estes animais fazem ao se aproximar dos Barreiros, locais em que a terra deve ter sais minerais e outros componentes que os atraem, para comer o barro. As temiveis Onças Pintadas, sabendo da frequencia de animais nestes locais, sempre ficam de tocaia esperando algum incauto que se descuide e ela então o mata, pulando em cima. Antas, Porcos, Queixadas, não se precavêem muito, quando chegam vão logo entrando, no grande buraco que se forma cheio de lama. Os veados não; eles vem pé- ante- pé, mal dá para ver qiue estão se mexendo. Suspendem uma pata e ficam estáticos só movendo as orelhas em todas as direções, então, descem esta pata e a outra vai do mesmo jeito na mesma lentidão, é incrivel, já vi duas vezes. Eu estava caçando no alto rio Eiru, em uma região que nem tem moradores pela dificuldade de retirar a produção de borracha mesmo no inverno. Fiquei tão embevecido que nem atirei nem permiti que meus parceiros atirassem, Sua carne é muito apreciada, por ser clara e de bom gosto. Antigamente sua pele era vendida para cortumes, ha muitos anos foi proibido este negócio, o que ajudou a preservar a espécie.
Amazonia o mundo desconhecido
Seus Habitantes e Mitos
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
TRACAJÁ o mais perseguido
Habitualmente amazonenses, gostam de comer as Tartarugas de água doce, e a mais apreciada é esta que chamamos "O"Tracajá, mais que na verdade é A TRACAJÀ posto que é uma femea de um macho de porte bem menor, conhecido aqui como:Zé Prego. Na verdade não sei como ainda existem Tracajás, na nossa região. A perseguição é implacavel e não se atém somente aos animais, eles retiram tambem todos os ovos que encontram nas praias e barrancos onde agora, na tentativa de ludibriar os predadores as fêmeas colocam seus ovos. Andando no Rio Juruá uma época desta[JULHO/AGOSTO/SETEMBRO] viajando a noite, você em cada praia que passa encontrará dezenas de pessoas com lanternas de pilhas ou mesmo lamparinas de Diesel, andando de um lado para outro, desenterrando covas de ovos e capturando as fêmeas que estejam colocando ovos. Em Manaus toda semana são abatidas dezenas de Tartarugas, apesar da proibição dos orgãos Governamentais. A Tartaruga propriamente dita que chamamos aqui, tem o tamanho muito maior que o Tracajá, e apesar de ter mais condições no preparo de pratos, o sabor do Tracajá é bem mais apreciado. Depois de consumida, seu casco serve para usar como vaso nas casas de farinha, e os índios os usam na época do frio, para colocar com brasas embaixo das redes; a uma altura de meio metro fica a rede. Também alguns artistas da Capital usam suas carapaças para criarem máscara feitas em cima dos cascos, com detalhes de massa de Durepoxi, lembram as de algumas tribos africanas.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
As quinzenas
Este desenho, feito como todos os outros de memória, conta uma historia de anos de trabalho desenvolvidos no Rio Eiru. Era um barco assim mesmo, e assim também os obstáculos que tinhamos que transpor a cada minuto. O rio raso, estreito e muito sinuoso, cheio de árvores que caem no periodo das enchentes a cada ano, quando as águas dos primeiros "ripiquetes" [Ripiquete é o resultado das primeiras grandes chuvas que ocorrem no fim do mes de Outubro e o rio estando seco, as águas vem com muita força e vão destruindo o barranco, deixando a água turva de barro, e com espumas amarelecidas flutuando.] as correntezas até que arrastam as árvores caídas, mas elas são grandes e vão se arrastando pelo leito do rio e logo encalham, e ficam dificultando o já difílcil caminho entre galhos. Notem que em cima da tolda existe um volume e está saindo fumaça, era o nosso fogão, feito de uma lata de flandre de transportar gasolina, vinte litros. Colocavamos de lado a lata, em cima abriamos um buraco, na frente a metade da lata era cortada para permitir colocar lenha, e da metade para baixo, colocavamos barro para evitar que tombasse e não permitir que queimasse a tolda. Geralmente a nossa panela tombava, ou caia na água, mesmo estando presa com arames, derramava a comida por causa das fortes pancadas nos troncos sub-mersos. Era muito apertado, e quando saiamos de Eirunepé trazendo muita mercadoria para o alto seringal, nem tinha como dormir a bordo, paravamos em uma prainha e lá ao relento faziamos uma fogueira para espantar feras e o frio da madrugada e passavampos a noite, deitados em cima de lona, conversando, cochilando e tentando dormir, o que faziamos por excesso de cansaço.Neste tempo não existia aqui na região os tão práticos Moto-Serra, era com um machado e uma pequena serra que muitas vezes eramos obrigados a cortar galhos e troncos embaixo da água. Muitas vezes tivemos que caminhar por horas costeando o rio até encontrar uma casa de seringueiros para pedir ajuda e retirar o barco preso em cima de um grosso tronco.
O GRANDE MONSTRO NEGRO
Sempre no inverno [para nós o inverno não é o periodo de Frio, mas sim o das águas grandes.] eu me reuno com alguns amigos, e vamos pescar, em Seringais que conhecemos bem abaixo de nossa Cidade, pela possibilidade de pescar nos imensos Igapós que o Rio forma, por conta de sua varzea muito larga. É nesta ocasião que sobem as grandes piracemas de peixe, entre eles as Matrinchãs, consideradas pelo nosso povo um peixe nobre, pela excelencia de sua carne. Elas sobem sempre procurando as costas das terras firmes onde existe mais fartura de caça para elas. Mas lá também, estão oos grandes Jacarés Açu, os Negros que marcam territorio de caça e procriação e que ficam semppre perambulando na área. Quando sentem a presença de intrusos, eles emitem urros muito altos, como aviso de que alí é seu território. Neste dia estavamos pegando muito peixe, e nossas redes não tinham sido atacadas por nenhum deles, o que é um tanto comum, e então ouvimos: o mais alto urro que ja ouvi em minha vida, paracia um touro enraivecido. Fiquei apreensivo, pois sei da capacida destruitiva que tem estte aanimal quando ataca, e foi então que um de meus amigos, estupidamente, para se exibir, imita de dentro de uma das nossas pequenas canoas, o som dos Jacarés, de imediato falei com meu amigo que isto era perigoso, mas não adiantou e o moço repetiu o som, logo, da orla do mato oonde estavamos surgiu uma onda de água e ele apareceu: era um imenso Jacaré Açu, talvez com mais de cinco metros, pois só sua cabeça deveria ter noventa centimetros. Ele emergiu e ficou a uns cinco metros nos fitando. As árvores nos igapós estão dentro da água e eu mandei que bem devagar colocassem as canoas perto delas e que subissemos rápido para os galhos; isto foi feito mais o irresponsável rapaz imitador, ao sentir-se seguro tornou a urrar, o monstro entendia como desafio, e ele que havia afundado, surgiu ao lado da canoa que estava encostada em uma árvore e desferiu uma possante rabada, que partiu parte da sua popa. Nestas alturas, o "corajoso" imitador estava pálido e no galho mais alto. Por conta desta brincadeira, ficams mais de quatro horas presos nos galhos sem poder sair, e só o fizemos quando depois da dar muitoss tiros de espingarda, fomos ouvidos por um morador da região que veio em uma canoa maior e nós pudemos recolher as redes e ir embora.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
O Monstruoso Mapinguari
Quando cheguei para trabalhar em seringais de meu Pai, transcorria o ano de 1964. Sem nenhuma experiencia nesta atividade, eu jovem estudante de segundo grau,que era chamado Científico [nunca foi possivel concluir], militante da Esquerda, contrario as forças que se impunham, era acostumado a ler muito, de Jorge Amado a Josue de Castro o Sociologo que escreveu Geologia da Fome. Na vinda me foi impossivel trazer livros, principalmente os meus, pois seria preso se me pegassem com eles, agora proibidos pelos tiranos militares. Encontrei nos seringais uma cultura cheia de mitologia, onde personagens absurdos, como se fossem cópias de alguns personagens da Mitológia Grega, povoavam as mentes, e a crença deles. O principal mito se chama Mapinguari. Sua origem tem pelo menos dez versões, sendo que a mais ouvida é a de um menino muito ruim para seus pais, que com o passar do tempo foi sofrendo uma metamorfose física, e se tornou um monstro que devora as pessoas que encontra na selva. Seu aspecto, é descrito de uma só maneira; é um ser muito grande de tres e meio metros, ou quatro, tem um só olho bem no meio da testa[Cíclopes Gregos], na cabeça apenas este olho, e um arremedo de nariz, ocupa espaço pois a sua enorme boca fica localizada no centro de seu torax, é todo peludo e seus pés são redondos como cascos de animal, e pelo seu peso, deixa marcas bem profundas mesma na terra seca. Já foi visto várias vezes comendo partes humanas e tem um sentido de percepção como se fosse o Faro, mas não se sabe ao certo, assim fica difícil dizer o que o orienta tão bem, com o ambiente onde está. Nas noites de lua cheia, no verão ouve-se seus urros que fazem tremer a terra e os animais desorientados fogem em todas as direções, e então algum que vá para perto dele será comido. Não adiantava eu dizer que este ser era imaginario, ou falar dos antigos monstros Gregos, ninguém acreditava em mim. Outros seres existem nesta trilha de lendas e oportunamente os retratarei, e contarei também suas historias.
A Campina
As Campinas são grandes áreas formadas pela invasão dos rios que rompem determinados trechos, alagam e cria um processo de assoreamento, com bolsões de água em pequenas poças que se interligam por filetes de água, e geram viveiros de certas espécimes de peixes, que se reproduzem e ficam aos milhares crescendo e esperando as cheias, quando então saem para povoar novas águas. A necrose das árvores é um processo natural, haja vista que as árvores passam a residir permanentemente dentro d'agua, e esta situação atrai muitas aves que se alimentam de vermes e lagartas que se criam nos troncos apodrecidos. Papagaios, Araras, ficam aos bandos e tambem os Manguaris, Cararás e alguns tipos de socós e garças, que se alimentam de peixes.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Cutia, o terror dos cachorros.
Este animal, na família dos roedores da região, é o terceiro em tamanho sendo o maior a Capivara, depois a Paca, depois ela, e ainda tem um sub-espécime que chamamos Cutiara, que é uma cópia bem menor da Cutia. Nos seringais, nenhum dono de cachorro, quer que seu animal as persiga, mesmo os cães que são treinados para caçar, são desestimulados desde cedo a perseguição pelo fato dela quando está fugindo vai deixando urina nas folhas do mato ao redor, e esta urina fica a altura dos olhos dos cachorros que, se deixarem cair nos olhos ficarão cegos. É um animal docil e com certa frequencia, se encontram sendo criadas nas casas. Como os seringueiros não usam móveis nem muitas coisas em casa, elas não prejudicam muito, mas em uma cas de cidade, ela roi tudo o que estiver ao alcance de seus possantes dentes, desde sapatos a fios de antenas etc. No eiru sua carne não é muito apreciada, mas existem lugares onde é muito consumida. tem porte médio, e sua cor é cinza escuro tendo as vezes uma coloração Marrom Claro, não sei se caracteristica da espécie, ou uma mutação face a um determinado ciclo como o Cio por exemplo. Em seu habitat, costuma roer cocos, e também costuma atacar as plantações de mandioca, que são a base alimentar dos seringueiros. Pra não usarem os cães eles colocam armadilhas com espingardas velhas e as matam, sempre que fazem isto.
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