sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Casal de VEADOS CAPOEIRA

Olhando bem logo você verá a fêmea que está no plano superior da terra. Apesar de grandes, eles são  animais que se camuflam muito bem e tenha na certeza de que sempre que você olhar para um deles na mata, ele já estará olhando para você.  Temos dois tipos aqui na Amazônia, este que chamamos capoeira é o grande, e um menor que chamam Veado Roxo, mas  na verdade sua  cor é um cinza claro, é que os  seringueiros não costumam primar por definições de cores e quase tudo qua vai do marrom ao cinza e ainda ao próprio lilás, eles rotulam como roxo.  Um belo espetáculo da natureza estes animais fazem ao se aproximar dos Barreiros, locais em que a terra deve ter sais minerais e outros componentes que os  atraem, para comer  o barro. As temiveis Onças Pintadas, sabendo da frequencia de animais nestes locais, sempre ficam de tocaia esperando algum incauto que se descuide e ela então o mata, pulando em cima.  Antas, Porcos, Queixadas, não se precavêem muito, quando chegam vão logo  entrando, no grande  buraco que se forma cheio de  lama. Os veados não;  eles vem pé- ante- pé, mal dá para ver  qiue estão se mexendo. Suspendem uma pata e ficam estáticos só movendo as orelhas em todas  as direções, então, descem esta pata e a outra vai do mesmo jeito na mesma lentidão, é incrivel, já vi duas vezes. Eu  estava caçando no alto rio Eiru, em uma região que nem tem moradores pela dificuldade de retirar a  produção de borracha mesmo no inverno. Fiquei  tão embevecido  que nem atirei nem permiti que meus parceiros atirassem, Sua carne  é muito apreciada, por ser clara e de bom gosto.  Antigamente sua pele era vendida para cortumes, ha muitos anos foi proibido este negócio, o que ajudou a preservar a espécie.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

TRACAJÁ o mais perseguido

Habitualmente amazonenses, gostam de comer as Tartarugas de água doce, e a mais apreciada é esta que chamamos "O"Tracajá, mais que na verdade é A TRACAJÀ posto que é uma femea de um macho de porte bem menor, conhecido aqui como:Zé Prego.  Na verdade não sei como ainda existem Tracajás, na nossa região. A  perseguição é implacavel e não  se atém somente aos animais, eles retiram  tambem todos os ovos que encontram nas praias e barrancos onde  agora, na tentativa de  ludibriar os predadores as fêmeas colocam seus ovos.  Andando no Rio Juruá uma época desta[JULHO/AGOSTO/SETEMBRO] viajando a noite, você em cada praia que passa encontrará dezenas de pessoas com lanternas de pilhas ou mesmo lamparinas de Diesel, andando  de um lado  para  outro, desenterrando covas de  ovos  e capturando  as fêmeas que estejam colocando ovos.  Em Manaus  toda semana são  abatidas dezenas de Tartarugas, apesar da proibição  dos orgãos Governamentais.  A Tartaruga propriamente dita que chamamos aqui, tem o  tamanho muito maior que o Tracajá, e apesar de  ter mais condições no preparo de pratos, o  sabor do Tracajá é bem mais apreciado. Depois de consumida, seu casco serve para usar como vaso nas casas de farinha, e os índios os usam na época do frio, para colocar com brasas embaixo das redes; a uma altura de meio metro fica a rede.  Também alguns artistas da Capital usam suas carapaças para criarem máscara feitas em cima dos cascos, com detalhes de massa de Durepoxi, lembram as de algumas tribos africanas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

As quinzenas

Este desenho, feito como todos os outros de memória, conta uma historia de anos de trabalho desenvolvidos no Rio Eiru. Era um barco assim mesmo, e assim também os obstáculos que tinhamos que transpor a cada minuto. O rio raso, estreito e muito sinuoso, cheio  de árvores que caem no periodo das enchentes a cada ano, quando as águas dos primeiros "ripiquetes" [Ripiquete é o resultado das  primeiras grandes chuvas que ocorrem no fim do mes de Outubro e o rio estando seco, as águas vem com muita força e vão destruindo o barranco, deixando a água turva de barro, e com espumas amarelecidas  flutuando.] as correntezas até que arrastam as árvores caídas, mas elas são grandes e vão se arrastando pelo leito do rio e logo encalham, e ficam dificultando o já difílcil caminho entre galhos.  Notem que em cima da tolda existe um volume e está saindo fumaça, era o nosso fogão, feito de uma lata de flandre de transportar gasolina, vinte litros. Colocavamos de lado a lata, em cima abriamos um buraco, na frente a metade da lata era cortada para permitir colocar lenha, e da metade  para  baixo,   colocavamos barro  para evitar que tombasse e não permitir que queimasse a tolda. Geralmente a nossa panela tombava, ou caia na água,  mesmo estando presa com arames, derramava a comida por causa das fortes pancadas nos troncos sub-mersos. Era muito apertado, e quando saiamos de Eirunepé trazendo muita  mercadoria para o alto seringal, nem tinha como dormir a bordo, paravamos em uma prainha e lá ao relento faziamos uma fogueira para espantar feras e o frio da  madrugada e passavampos a noite, deitados em cima de lona, conversando, cochilando e tentando dormir, o que faziamos por excesso de cansaço.Neste tempo não existia aqui na região os tão práticos Moto-Serra, era com um machado e uma pequena serra que muitas vezes eramos obrigados a cortar galhos e troncos embaixo da água. Muitas vezes tivemos que caminhar por horas costeando o rio até encontrar uma casa de seringueiros para pedir ajuda e retirar o barco preso em cima de um grosso  tronco.

O GRANDE MONSTRO NEGRO

Sempre no inverno [para nós o inverno não é o periodo  de Frio, mas sim o das águas grandes.] eu me reuno com alguns amigos, e vamos pescar, em Seringais que conhecemos bem abaixo  de nossa Cidade,  pela possibilidade de pescar nos imensos Igapós que o Rio forma, por conta de sua varzea muito larga.  É nesta ocasião que sobem as grandes piracemas de peixe,  entre eles as Matrinchãs, consideradas pelo nosso povo um  peixe nobre, pela excelencia de sua carne.  Elas sobem sempre procurando as  costas das terras firmes onde existe  mais fartura de caça para elas. Mas lá também, estão oos  grandes Jacarés Açu, os Negros que marcam territorio  de caça e procriação e que ficam semppre  perambulando na área. Quando sentem a presença de intrusos, eles emitem urros muito altos, como aviso de que alí é seu território. Neste dia estavamos pegando muito peixe, e nossas redes não tinham sido atacadas por nenhum deles, o  que é um tanto comum, e então ouvimos: o mais alto urro que ja ouvi em minha vida, paracia um touro enraivecido. Fiquei apreensivo, pois sei da capacida destruitiva que tem estte aanimal quando  ataca, e foi então que um  de meus amigos, estupidamente, para se exibir, imita de dentro de uma das nossas pequenas canoas, o som dos Jacarés, de imediato falei  com meu amigo  que isto  era perigoso, mas não adiantou e o moço repetiu o som, logo, da orla do mato oonde estavamos surgiu uma onda de água e ele apareceu:  era um imenso Jacaré  Açu, talvez com mais de cinco metros, pois só sua cabeça deveria ter  noventa centimetros.  Ele emergiu e ficou a uns cinco metros nos  fitando.  As  árvores nos igapós estão dentro da água e eu  mandei que bem  devagar colocassem as canoas perto delas e que subissemos rápido para  os galhos; isto foi  feito mais o irresponsável rapaz imitador, ao  sentir-se  seguro tornou a urrar, o monstro entendia como desafio, e ele que havia afundado, surgiu ao lado da canoa que estava encostada em uma árvore e desferiu uma possante rabada, que partiu parte da sua popa. Nestas alturas, o "corajoso" imitador estava pálido e no galho  mais alto. Por conta desta brincadeira, ficams mais de quatro  horas presos nos  galhos sem poder sair, e só o fizemos quando depois da dar muitoss tiros de  espingarda, fomos ouvidos por um morador da região que veio em uma canoa maior e nós pudemos recolher  as redes e ir embora.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Monstruoso Mapinguari

Quando cheguei para trabalhar em  seringais de meu  Pai, transcorria o ano de 1964. Sem nenhuma experiencia nesta atividade, eu jovem estudante de segundo grau,que era chamado Científico [nunca foi possivel concluir], militante da Esquerda, contrario as forças que se impunham, era acostumado a ler muito, de Jorge  Amado a Josue de Castro o Sociologo que escreveu Geologia da Fome.  Na vinda me foi impossivel trazer livros, principalmente os meus, pois seria preso se me pegassem com eles, agora proibidos pelos tiranos militares. Encontrei nos seringais uma cultura cheia de mitologia, onde personagens absurdos, como se fossem cópias de alguns personagens da Mitológia Grega, povoavam as mentes, e a crença deles. O principal mito se chama Mapinguari. Sua origem tem pelo menos dez versões, sendo que a mais ouvida é a de um menino muito ruim para seus pais, que com o passar do tempo foi sofrendo uma metamorfose física, e se tornou um monstro que devora as pessoas que encontra na selva.  Seu aspecto, é descrito de uma só maneira; é um ser muito grande de tres e meio metros, ou quatro, tem um  só olho bem no meio da testa[Cíclopes Gregos], na cabeça apenas este olho, e um arremedo de  nariz, ocupa espaço pois a sua enorme boca fica  localizada no centro de seu torax, é todo peludo e seus pés são  redondos como cascos de animal, e pelo seu peso, deixa marcas bem profundas mesma na terra seca.  Já foi visto várias vezes comendo partes humanas e tem um sentido de percepção como se fosse o Faro, mas não se sabe ao certo, assim fica difícil dizer o que o orienta tão bem, com o ambiente onde está. Nas noites de  lua cheia, no verão ouve-se seus urros que fazem tremer a terra e os animais desorientados fogem em todas as direções, e então algum que vá para perto dele será comido. Não  adiantava eu dizer que este ser era imaginario, ou falar dos antigos monstros Gregos, ninguém acreditava em mim.  Outros seres existem nesta trilha de lendas e oportunamente os retratarei, e contarei também suas historias.

A Campina

As Campinas são  grandes áreas formadas pela invasão dos rios que rompem determinados trechos, alagam e cria um processo de assoreamento, com bolsões de água em pequenas poças que se interligam por filetes de água, e geram viveiros de certas espécimes de  peixes, que se reproduzem e ficam aos milhares crescendo e esperando as cheias, quando então saem para povoar novas águas.  A necrose das árvores é um processo natural, haja vista que as árvores passam a residir permanentemente dentro d'agua, e esta situação atrai muitas aves que se alimentam de vermes e lagartas que se criam nos troncos apodrecidos. Papagaios, Araras, ficam aos bandos e tambem os Manguaris, Cararás e alguns tipos de socós e garças, que se alimentam de peixes.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cutia, o terror dos cachorros.

Este animal, na família dos roedores da região, é o terceiro em tamanho sendo o maior a Capivara, depois a Paca, depois ela, e ainda tem um sub-espécime que chamamos Cutiara, que é uma cópia bem menor da Cutia. Nos seringais, nenhum dono  de cachorro, quer que seu animal as persiga, mesmo os cães que são treinados para caçar, são desestimulados desde cedo a perseguição pelo fato  dela quando está fugindo vai deixando urina nas folhas do mato ao redor, e esta urina  fica a altura dos olhos dos cachorros que, se deixarem cair nos olhos ficarão  cegos.  É um animal docil e com certa frequencia, se encontram sendo criadas nas casas. Como os seringueiros não usam móveis nem muitas coisas em casa, elas não prejudicam muito, mas em uma cas de cidade, ela roi tudo o que estiver ao alcance de seus possantes dentes, desde sapatos a fios de antenas etc. No eiru sua carne não é muito apreciada, mas existem lugares onde é muito consumida. tem porte médio, e sua cor é cinza escuro tendo as vezes uma coloração Marrom Claro, não sei se caracteristica da espécie, ou uma mutação face a um determinado ciclo como  o Cio por exemplo. Em seu habitat, costuma roer cocos, e também costuma atacar as plantações de mandioca, que são a base alimentar dos seringueiros. Pra não usarem os cães eles colocam armadilhas com espingardas velhas e as matam, sempre que fazem isto.