terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Monstruoso Mapinguari

Quando cheguei para trabalhar em  seringais de meu  Pai, transcorria o ano de 1964. Sem nenhuma experiencia nesta atividade, eu jovem estudante de segundo grau,que era chamado Científico [nunca foi possivel concluir], militante da Esquerda, contrario as forças que se impunham, era acostumado a ler muito, de Jorge  Amado a Josue de Castro o Sociologo que escreveu Geologia da Fome.  Na vinda me foi impossivel trazer livros, principalmente os meus, pois seria preso se me pegassem com eles, agora proibidos pelos tiranos militares. Encontrei nos seringais uma cultura cheia de mitologia, onde personagens absurdos, como se fossem cópias de alguns personagens da Mitológia Grega, povoavam as mentes, e a crença deles. O principal mito se chama Mapinguari. Sua origem tem pelo menos dez versões, sendo que a mais ouvida é a de um menino muito ruim para seus pais, que com o passar do tempo foi sofrendo uma metamorfose física, e se tornou um monstro que devora as pessoas que encontra na selva.  Seu aspecto, é descrito de uma só maneira; é um ser muito grande de tres e meio metros, ou quatro, tem um  só olho bem no meio da testa[Cíclopes Gregos], na cabeça apenas este olho, e um arremedo de  nariz, ocupa espaço pois a sua enorme boca fica  localizada no centro de seu torax, é todo peludo e seus pés são  redondos como cascos de animal, e pelo seu peso, deixa marcas bem profundas mesma na terra seca.  Já foi visto várias vezes comendo partes humanas e tem um sentido de percepção como se fosse o Faro, mas não se sabe ao certo, assim fica difícil dizer o que o orienta tão bem, com o ambiente onde está. Nas noites de  lua cheia, no verão ouve-se seus urros que fazem tremer a terra e os animais desorientados fogem em todas as direções, e então algum que vá para perto dele será comido. Não  adiantava eu dizer que este ser era imaginario, ou falar dos antigos monstros Gregos, ninguém acreditava em mim.  Outros seres existem nesta trilha de lendas e oportunamente os retratarei, e contarei também suas historias.

2 comentários:

  1. História também contada por minha vó "CORINA SAMPAIO DE FRANÇA", esposa de Luís Liberato de França", ex seringueiro, gerente do antigo seringal conhecido pelo nome de "VILA MARTINS", reconhece o retrato da história pela mitologia contada também na mesma época. Muito bom o retrato, excelente para melhor descrever a arte.

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  2. Dia 12 de novembro partiu para os braços do pai, Luís Liberato de França, que Deus o tenha.

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