Olhando bem logo você verá a fêmea que está no plano superior da terra. Apesar de grandes, eles são animais que se camuflam muito bem e tenha na certeza de que sempre que você olhar para um deles na mata, ele já estará olhando para você. Temos dois tipos aqui na Amazônia, este que chamamos capoeira é o grande, e um menor que chamam Veado Roxo, mas na verdade sua cor é um cinza claro, é que os seringueiros não costumam primar por definições de cores e quase tudo qua vai do marrom ao cinza e ainda ao próprio lilás, eles rotulam como roxo. Um belo espetáculo da natureza estes animais fazem ao se aproximar dos Barreiros, locais em que a terra deve ter sais minerais e outros componentes que os atraem, para comer o barro. As temiveis Onças Pintadas, sabendo da frequencia de animais nestes locais, sempre ficam de tocaia esperando algum incauto que se descuide e ela então o mata, pulando em cima. Antas, Porcos, Queixadas, não se precavêem muito, quando chegam vão logo entrando, no grande buraco que se forma cheio de lama. Os veados não; eles vem pé- ante- pé, mal dá para ver qiue estão se mexendo. Suspendem uma pata e ficam estáticos só movendo as orelhas em todas as direções, então, descem esta pata e a outra vai do mesmo jeito na mesma lentidão, é incrivel, já vi duas vezes. Eu estava caçando no alto rio Eiru, em uma região que nem tem moradores pela dificuldade de retirar a produção de borracha mesmo no inverno. Fiquei tão embevecido que nem atirei nem permiti que meus parceiros atirassem, Sua carne é muito apreciada, por ser clara e de bom gosto. Antigamente sua pele era vendida para cortumes, ha muitos anos foi proibido este negócio, o que ajudou a preservar a espécie.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
TRACAJÁ o mais perseguido
Habitualmente amazonenses, gostam de comer as Tartarugas de água doce, e a mais apreciada é esta que chamamos "O"Tracajá, mais que na verdade é A TRACAJÀ posto que é uma femea de um macho de porte bem menor, conhecido aqui como:Zé Prego. Na verdade não sei como ainda existem Tracajás, na nossa região. A perseguição é implacavel e não se atém somente aos animais, eles retiram tambem todos os ovos que encontram nas praias e barrancos onde agora, na tentativa de ludibriar os predadores as fêmeas colocam seus ovos. Andando no Rio Juruá uma época desta[JULHO/AGOSTO/SETEMBRO] viajando a noite, você em cada praia que passa encontrará dezenas de pessoas com lanternas de pilhas ou mesmo lamparinas de Diesel, andando de um lado para outro, desenterrando covas de ovos e capturando as fêmeas que estejam colocando ovos. Em Manaus toda semana são abatidas dezenas de Tartarugas, apesar da proibição dos orgãos Governamentais. A Tartaruga propriamente dita que chamamos aqui, tem o tamanho muito maior que o Tracajá, e apesar de ter mais condições no preparo de pratos, o sabor do Tracajá é bem mais apreciado. Depois de consumida, seu casco serve para usar como vaso nas casas de farinha, e os índios os usam na época do frio, para colocar com brasas embaixo das redes; a uma altura de meio metro fica a rede. Também alguns artistas da Capital usam suas carapaças para criarem máscara feitas em cima dos cascos, com detalhes de massa de Durepoxi, lembram as de algumas tribos africanas.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
As quinzenas
Este desenho, feito como todos os outros de memória, conta uma historia de anos de trabalho desenvolvidos no Rio Eiru. Era um barco assim mesmo, e assim também os obstáculos que tinhamos que transpor a cada minuto. O rio raso, estreito e muito sinuoso, cheio de árvores que caem no periodo das enchentes a cada ano, quando as águas dos primeiros "ripiquetes" [Ripiquete é o resultado das primeiras grandes chuvas que ocorrem no fim do mes de Outubro e o rio estando seco, as águas vem com muita força e vão destruindo o barranco, deixando a água turva de barro, e com espumas amarelecidas flutuando.] as correntezas até que arrastam as árvores caídas, mas elas são grandes e vão se arrastando pelo leito do rio e logo encalham, e ficam dificultando o já difílcil caminho entre galhos. Notem que em cima da tolda existe um volume e está saindo fumaça, era o nosso fogão, feito de uma lata de flandre de transportar gasolina, vinte litros. Colocavamos de lado a lata, em cima abriamos um buraco, na frente a metade da lata era cortada para permitir colocar lenha, e da metade para baixo, colocavamos barro para evitar que tombasse e não permitir que queimasse a tolda. Geralmente a nossa panela tombava, ou caia na água, mesmo estando presa com arames, derramava a comida por causa das fortes pancadas nos troncos sub-mersos. Era muito apertado, e quando saiamos de Eirunepé trazendo muita mercadoria para o alto seringal, nem tinha como dormir a bordo, paravamos em uma prainha e lá ao relento faziamos uma fogueira para espantar feras e o frio da madrugada e passavampos a noite, deitados em cima de lona, conversando, cochilando e tentando dormir, o que faziamos por excesso de cansaço.Neste tempo não existia aqui na região os tão práticos Moto-Serra, era com um machado e uma pequena serra que muitas vezes eramos obrigados a cortar galhos e troncos embaixo da água. Muitas vezes tivemos que caminhar por horas costeando o rio até encontrar uma casa de seringueiros para pedir ajuda e retirar o barco preso em cima de um grosso tronco.
O GRANDE MONSTRO NEGRO
Sempre no inverno [para nós o inverno não é o periodo de Frio, mas sim o das águas grandes.] eu me reuno com alguns amigos, e vamos pescar, em Seringais que conhecemos bem abaixo de nossa Cidade, pela possibilidade de pescar nos imensos Igapós que o Rio forma, por conta de sua varzea muito larga. É nesta ocasião que sobem as grandes piracemas de peixe, entre eles as Matrinchãs, consideradas pelo nosso povo um peixe nobre, pela excelencia de sua carne. Elas sobem sempre procurando as costas das terras firmes onde existe mais fartura de caça para elas. Mas lá também, estão oos grandes Jacarés Açu, os Negros que marcam territorio de caça e procriação e que ficam semppre perambulando na área. Quando sentem a presença de intrusos, eles emitem urros muito altos, como aviso de que alí é seu território. Neste dia estavamos pegando muito peixe, e nossas redes não tinham sido atacadas por nenhum deles, o que é um tanto comum, e então ouvimos: o mais alto urro que ja ouvi em minha vida, paracia um touro enraivecido. Fiquei apreensivo, pois sei da capacida destruitiva que tem estte aanimal quando ataca, e foi então que um de meus amigos, estupidamente, para se exibir, imita de dentro de uma das nossas pequenas canoas, o som dos Jacarés, de imediato falei com meu amigo que isto era perigoso, mas não adiantou e o moço repetiu o som, logo, da orla do mato oonde estavamos surgiu uma onda de água e ele apareceu: era um imenso Jacaré Açu, talvez com mais de cinco metros, pois só sua cabeça deveria ter noventa centimetros. Ele emergiu e ficou a uns cinco metros nos fitando. As árvores nos igapós estão dentro da água e eu mandei que bem devagar colocassem as canoas perto delas e que subissemos rápido para os galhos; isto foi feito mais o irresponsável rapaz imitador, ao sentir-se seguro tornou a urrar, o monstro entendia como desafio, e ele que havia afundado, surgiu ao lado da canoa que estava encostada em uma árvore e desferiu uma possante rabada, que partiu parte da sua popa. Nestas alturas, o "corajoso" imitador estava pálido e no galho mais alto. Por conta desta brincadeira, ficams mais de quatro horas presos nos galhos sem poder sair, e só o fizemos quando depois da dar muitoss tiros de espingarda, fomos ouvidos por um morador da região que veio em uma canoa maior e nós pudemos recolher as redes e ir embora.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
O Monstruoso Mapinguari
Quando cheguei para trabalhar em seringais de meu Pai, transcorria o ano de 1964. Sem nenhuma experiencia nesta atividade, eu jovem estudante de segundo grau,que era chamado Científico [nunca foi possivel concluir], militante da Esquerda, contrario as forças que se impunham, era acostumado a ler muito, de Jorge Amado a Josue de Castro o Sociologo que escreveu Geologia da Fome. Na vinda me foi impossivel trazer livros, principalmente os meus, pois seria preso se me pegassem com eles, agora proibidos pelos tiranos militares. Encontrei nos seringais uma cultura cheia de mitologia, onde personagens absurdos, como se fossem cópias de alguns personagens da Mitológia Grega, povoavam as mentes, e a crença deles. O principal mito se chama Mapinguari. Sua origem tem pelo menos dez versões, sendo que a mais ouvida é a de um menino muito ruim para seus pais, que com o passar do tempo foi sofrendo uma metamorfose física, e se tornou um monstro que devora as pessoas que encontra na selva. Seu aspecto, é descrito de uma só maneira; é um ser muito grande de tres e meio metros, ou quatro, tem um só olho bem no meio da testa[Cíclopes Gregos], na cabeça apenas este olho, e um arremedo de nariz, ocupa espaço pois a sua enorme boca fica localizada no centro de seu torax, é todo peludo e seus pés são redondos como cascos de animal, e pelo seu peso, deixa marcas bem profundas mesma na terra seca. Já foi visto várias vezes comendo partes humanas e tem um sentido de percepção como se fosse o Faro, mas não se sabe ao certo, assim fica difícil dizer o que o orienta tão bem, com o ambiente onde está. Nas noites de lua cheia, no verão ouve-se seus urros que fazem tremer a terra e os animais desorientados fogem em todas as direções, e então algum que vá para perto dele será comido. Não adiantava eu dizer que este ser era imaginario, ou falar dos antigos monstros Gregos, ninguém acreditava em mim. Outros seres existem nesta trilha de lendas e oportunamente os retratarei, e contarei também suas historias.
A Campina
As Campinas são grandes áreas formadas pela invasão dos rios que rompem determinados trechos, alagam e cria um processo de assoreamento, com bolsões de água em pequenas poças que se interligam por filetes de água, e geram viveiros de certas espécimes de peixes, que se reproduzem e ficam aos milhares crescendo e esperando as cheias, quando então saem para povoar novas águas. A necrose das árvores é um processo natural, haja vista que as árvores passam a residir permanentemente dentro d'agua, e esta situação atrai muitas aves que se alimentam de vermes e lagartas que se criam nos troncos apodrecidos. Papagaios, Araras, ficam aos bandos e tambem os Manguaris, Cararás e alguns tipos de socós e garças, que se alimentam de peixes.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Cutia, o terror dos cachorros.
Este animal, na família dos roedores da região, é o terceiro em tamanho sendo o maior a Capivara, depois a Paca, depois ela, e ainda tem um sub-espécime que chamamos Cutiara, que é uma cópia bem menor da Cutia. Nos seringais, nenhum dono de cachorro, quer que seu animal as persiga, mesmo os cães que são treinados para caçar, são desestimulados desde cedo a perseguição pelo fato dela quando está fugindo vai deixando urina nas folhas do mato ao redor, e esta urina fica a altura dos olhos dos cachorros que, se deixarem cair nos olhos ficarão cegos. É um animal docil e com certa frequencia, se encontram sendo criadas nas casas. Como os seringueiros não usam móveis nem muitas coisas em casa, elas não prejudicam muito, mas em uma cas de cidade, ela roi tudo o que estiver ao alcance de seus possantes dentes, desde sapatos a fios de antenas etc. No eiru sua carne não é muito apreciada, mas existem lugares onde é muito consumida. tem porte médio, e sua cor é cinza escuro tendo as vezes uma coloração Marrom Claro, não sei se caracteristica da espécie, ou uma mutação face a um determinado ciclo como o Cio por exemplo. Em seu habitat, costuma roer cocos, e também costuma atacar as plantações de mandioca, que são a base alimentar dos seringueiros. Pra não usarem os cães eles colocam armadilhas com espingardas velhas e as matam, sempre que fazem isto.
A casa de JOÃO CONRADO Eirunepé Am.
Eis aqui a casa onde vivi minha infancia, adolescencia e parte, inicial de minha fase adulta. Vou descrever, os pormenores que aparecem para que o visitante possa entender: Frente a casa se vê crianças jogando bola, é que na época, as ruas não eram pavimentadas e apenas uma calçada de 1,80 mts, existia situada bem no meio da Avenida, onde tambem estavam fincados os postes de iluminação pública. As casas então faziam trapiches de tábuas para liga-las a calçada central e no caso de nossa casa, meu pai mandou construir em alvenaria. Nestes intervalos , os espaços se tornavam campinhos de peladas, usados pelos meninos que moravam próximo, aqui vemos um jogo tambem disputado por um cachorro que nós tinhamos e que sempre estava correndo atrás da bola. A casa, totalmente construida em madeira, tinha as paredes de Cedro Rosa, o assoalho de Pau'darco, as vigas e esteios de Tarumam, as telhas oriundas de Portugal ainda do tempo da borracha, quando se importava tudo da europa, tinha uma parte, estas laterais que as telhas tinham vindo de Marselha na França, e assim com esta mistura internacional, nossa casa, velha casa, era aconchegante e pelo menos para mim:LINDA! Era ampla e isto lhe permitia ser sempre fresca, sem muito calor. Bem na frente meu pai construiu este apêndice que carinhosamente a família chamava:PUXADINHA, local preferido depois das cinco quando a turma toda chegava do trabalho. Neste local tambem eu tocava violão para meu Pai, músicas de Nelson Gonsalves e de altemar dutra que el gostava além de boleros como: Besame Mucho a sua preferida. Tinham quatro cadeiras de balanço, construidas de vime, sempre tinha alguém que chegava para um dedo de prosa. Logo seguindo uma sala de visitas, uma sala de jantar e nesta, as portas para os dois quartos que estavam situados aos lados. O quarto da direita, era o quarto do casal, o da esquerda era usado por minhas irmãs, Eny e Arcy, na continuação da casa, para a direita estava instalado o banheiro , única parte de cimento, e do lado oposto um lugar para ter os filtros de água..Na sala de jantar ficava uma geladeira movida a querosene, era uma luta constante para acertar a altura da chama que teria que ter o fogo azul para então pelo menos esfriar bem a água. Mamãe era uma exímia cozinheira e fazia Bolos como ninguem, em nossa sala de jantar tambem tinha uma "Cristaleira " estilo barroco muito bonita com os vidros trabalhados, e dentro dela sempre existiam bolos, doces e queijos que minha Mãe também fazia em casa. Depois deste pequeno corredor que servia de divisão entre o banheiro e os filtros de água,Aparecia a cozinha bem ampla e dispondo de dois fogões a lenha, um deles destes industriais Ingles , esmaltado e com reservatorio de água par ter água quente permanente, com controle no tamanho das bocas pois tinha aros sobrepostos, que cresciam ou diminuiam a chama. Era um local onde sempre estavam algumas comadres de mamãe, que vinham dos seringais e logo pela manhã cedo chegavam com uma porção de filhos e sentavam no chão e lá passavam o dia comendo e conversando. Geralmente traziam presentes do seringal, tais como Galinhas Caipira, Mel de Abelha, folhas medicinais, cascas de árvores tambem medicinais, pequenos animais como: Macacos, Quatis, as vezes animais de grande porte mas ainda novos, eu lembro que ela ganhou duas Antas e tres Veados Capoeira, era uma festa nossa cozinha. Não lembro de ter um dia que não tivesse alguém de visita. Minha mãe tinha dezenas de afilhados. Reconhecia a todos, e memorizava de onde eram, eu me impressionava. Foi ai que vivi parte boa de minha vida quando eu realmente era feliz, e nem sabia.
domingo, 5 de agosto de 2012
Coelhos na amazonia
Quem diria....eu nunca ouvira falar deles até que ha pouco tempo atrás, soube de sua existencia por conta de um amigo meu que teve seu plantio de Cana de Açucar, prejudicado por eles cortarem os brotos de Cana nova, causando um grande preejuizo ao dono da plantação. Devo confessar que nada sei de seus costumes,de seu modo de vicer nesta floresta imensa, pois os que vivem na América estão sempre nas Pradarias, lugares de vegetação rasteira, com pedras e bem amplo. Mas o certo é que tem, e não sei se já estavam conhecidos pelos estudiosos já que nunca vi nenhuma referencia a eles. Tem a perna posterior bem mais longa do que os que vemos sempre, talvez isto seja uma caracteristica de alguma espécie, ou seja um tipo de Lebre.
O porco espinho "KUANDÚ"
Este nome estranho é usado para designar o nosso espécime de porco espinho.Na verdade não faço a menor idéia de onde este nome surgiu. Parente do Africano, ele tem as mesmas dimensões,mas seus espinhos são menores e sua coloração é totalmente negra. Como todos os seus parentes, ele não faz muito caso dos predadores que lhe rondam, pois tem em seus espinhos uma arma que usa muito bem e que fará o agressor se arrepender amargamente de ataca-lo quando estiver todo cheio de espinhos que ele lança,pelo corpo. Tem uma lenda dos caboclos que diz que, se tentar extrair um destes espinhos, ele se aprofundará cada vez mais, a única solução paraa retira-lo com facilidade, é cortar o espinho para que saia o ar que contém, então fica fácil puxa-lo, pois murcha . Tem muita agilidade em andar nas árvores, e já os vi chegando atraves das árvores a noite em um barreiro.Não vi muitos deles, mas os que encontrei eram valentes, não temiam apresença humana e até tentaram atacar. Despreendiam um fétido cheiro, muito ativo e desgradavel.
sábado, 4 de agosto de 2012
Pescando o almoço e o jantar
Esta é uma situação comum nos seringais, o homem chefe de casa vem para uma praia perto da casa e lá, com uma tarrafa, ele pega a alimentação do dia. Geralmente eles pescam em lagos por serem mais piscosos, mas o rio tem seus cardumes que sobem, e o seringueiro sabe pelo tremular da água quando uma piracema está passando, então esta é a hora de aproveitar e conseguir uma refeição[ou várias] fácil. Enquanto ele pesca, seu filho junta o peixe que coloca em um Paneiro, tipo de cesto muito usado por eles para transportar coisas variadas, desde Mandioca quando estão arrancando para fazer farinha, mercadorias compradas, alguma caça que matou, enfim, é um objeto de apoio imprescendível.
Estranho Besouro
Em uma de minhas pescarias em um lago do rio Eiru, estava eu na beira de uma fogueira, quando algo caiu fazendo barulho, fui olhar e deparei-me com um grande besouro que media exatos dezoito centimetros de ponta a ponta. Era um besouro dsetes cascudos que tem por aqui, mas, na parte de baixo de seus chifres da cabeça, ele tinha dentes, e seu corpo era bem alongado diferente dos outros que tem esta formação de cabeça. Sem ser Biólogo, não tive o que fazer senão desenha-lo em um pedaço de papel de embrulho, e depois passar para o Nankin. Tinha uma força fora do comum, amarramos nele uma lanterna ray-o-vac destas metálicas de tres pilhas e ele não conseguiu voar, mas a arrastou no mato por um bom trecho. Depois de desenha-lo, dei sua liberdade. Ha dias mostrando eestes desenhos para um amigo meu que reside em seringal, ele disse-me que já viu um igual no seringal Val-Paraiso, no rio Gregório, um grande afluente do rio Juruá que fica bem acima do Eiru, quando foi serrar uma madeira para um parente seu.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
O rato Cancioneiro
Este simpático rato, é considerado o seresteiro dos roedores, pois quando da temporada de acasalamento, os machos disputam as fêmeas através de seu romantico canto. nesta conquista tambem pesa muito o ninho, sua organização e limpeza. Os caboclos os chamam Rato Coró, e alguns até os comem. Seu namoro na época de inverno, acontece nos igapós e sua atividade é constante em busca de conseguir o maior número de fêmeas possivel. Tem muita agilidade em andar pelas árvores e já o vi atravessando trchos alagados com desenvoltura.
Novamente as Ciganas
Fui pescar em um lago de um seringal longe de Eirunepé, e para minha surpresa lá estava um bando de Ciganas, grasnando e comendo pequenas frutas vermelhas, que não conheço. Estas, não estavam tão arredias, e pude obeserva-las bem e matar a saudade, de quando era crianças que ia em alguma viagem com meu pai para o seringal e a toda hora as encontrava-mos aos bandos nas beiradas do Eiru. Este que encontrei recente, não era um bando grande como existiam antigamente, mas deviam ser uns quinze animais, como sempre barulhentos e pesadões. Voavam de galho em galho, e sempre pousavam em cima de moitas fechadas, de onde com seus grasnidos chamavam as suas parceiras.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
O isolamento do homem da Amazonia
Aqui, nesta paisagem em pespectiva, do trecho do médio Rio Eiru, a exuberancia e altura da selva, deixa ver a disproporção com relação a uma moradia do caboclo. Entre as casas as vezes distam tres horas de canoa motorizada, esta distancia passa para seis ou mais horas quando você está em uma canoa, embora pequena, remando rio acima. A comunicação era muito pouca, hoje já amenizada com a criação de Comunidades que o governo fez no local das sedes de seringal, para criar núcleos de desenvolvimento e facilitar a implantação de melhorias nos locais, pois trouxe para estas pequenas vilas pessoas que estavam dispersas pela imensidão da floresta. Criaram Escolas, colocaram antenas Parabólicas, grupos geradores de energia elétrica, e incentivaram o cultivo de roça comunitária, o que não foi muito bem sucedido, pois este senso de coletivismo não é bem aceito por quem tradicionalmente viveu isolado.
Barco regional
Estes barcos eram construidos aqui mesmo no interior. Usavam madeiras especiais que lhes dava uma durabilidade surpreendente , principalmente se suas tábuas fossem de Pau'darco, e suas cavernas de Intaúba. Agora, aqui na minha cidade já não se constroem barcos assim tão bem acabados com uma forma de barco bonito e um desenho dinâmico nautico de boa qualidade. Agora só se produzem canoas quadradas e fáceis de fazer. O comercio ficou mais atuante, e a rapidez em fazer barcos é uma das exigencias dos comerciantes, que querem ganhar tempo e dinheiro com o baixo custo da canoa. Neste tipo de barco aqui retratado, o motor é colocado dentro do casco, nas canoas de agora, se adptam rabetões em motores possantes estacionários, não tão eficientes porem berm mais práticos e baratos. São colocados em cima da popa, sem muito aparato.
O "Pé" de APUÍ
Entre suas raizes, vejo o barco passar veloz, e a paisagem ao fundo, torna mais estranha esta moldura. O Apuí, nasce de uma sementinha que algum passarino ou outra ave deixa entre seus galhos na copa de algumas árvores. Embutidas dentro das fezes do Animal, ela fica em dormencia por um curto período e então brota, começando a sua jornada rumo ao solo. Vai abraçando sua hospedeira com cipós bem fininhos que nunca você acreditaria que um dia absorveria totalmente a árvore frondosa. Continua descendo e se fortificando, engrossando e cada vez mais sufocando sua vítima. Seus tentaculos começam a sugar a seiva que corre na pobre árvore que lhe sustenta, e em um ano você já não tem muito pra ver da árvore inicial. Seus galhos então vão se estendendo e da cada um saem raizes que buscam o solo, se transformando nesta amaranhado de troncos suspensos, dando um efeito fantasmagórico ao resultado final.
O carinho dos pais no Ninho
Estava acampado em uma excursão na floresta e bem parto de mim, um Ninho, onde um casal de passarinhos se revezava para trazer comida, grilos e pequenos gafanhotos pqra um ccasal de ffilhotes que parecia nunca estar com a fome saciada. Enquanto um deles fracionava e dava a refeição o outro se dispunha a sair e tambem trazer seu quinhão na batalha da sobrevivencia. Me encantava o ze-lo que tinham em tentar conter meu avanço sempre que eu chegava mais perto. Aprendi os limites, respeitei-os, assim pudemos enfim conviver como bons vizinhos, o que me proporcionava o direito de aprender com eles o respeito ao próximo, o amor a família, e o grande ensinamento da Natureza: Ame e respeite os que lhe amam tambem. Espero ter captado neste desenho a ternura, e o amor de meus pequenos amigos.
Louros ou PAPAGAIOS
Conhecidos como animais inteligentes desde os filmes de famosos piratas, os Papagaios tem uma diversificada família, que envolve as Cacatuas, Araras, Periquitos e outros. São animais ideal para servirem como mascote ou, bichinho de estimação. Aprendem a imitar a fala humana e decoram textos ou melodias, que cantam a seu modo, e nem sempre muito compreensivas. Os Papagaios propriamente ditos, são de coloraçção verde, e seus primos e parentes na maioria são bem coloridos. Na época das cheias, éles procriam e usam como ninhos buracos feitos por pica-paus ou outros animais, que ficam abandonados. Comem uma variedade de frutos e seus bicos fortes, lhes permitem quebrar côcos e descascar certas frutas que outros pássaros não podem. No cativeiro, podem se afeiçoar ao dono e até morrer de tristeza em caso de abandono ou afastamento do convívio. Quase que unanimimente são chamados de LOURO, e quando os ribeirinhos os tiram ainda pelados de seus ninhos, são alimentados com um Pirão mole de farinha de mandioca. Algumas pessoas acrescentam um pouco de leite em pó. Como os seres humanos,existem indivíduos que tem mais facilidade em aprender o que lhes ensinam. Habitam as florestas e gostam muito de Campinas onde a necrose das árvores as torna apodrecidas e fáceis de roer. Os caboclos gostam muito da carne de todos os Papagaios. Nas Campinas é frequente vê-los em bandos em um só tronco velho, e frequentam tambem os barreiros, onde comem terra com nutrientes.
Galinha dágua, urbana.
Nós a chamamos galinha dágua,mas como ocorre em boa parte do pais tem diversois nomes que rotulam esta ave, dependendo da região. De porte mediana para pequena, ela é comum até na periferia das cidades, do interior do Amazonas e sobrevive, apesar da quantia de pessoas que circulam todos os dias em seu habitat. Junto as Jaçanãs, as de pés exageradamente longos, elas passam os dias se alimentando de vermes e insetos nas touçeiras que flutuam ao sabor das águasou sobre as folhas de Vitória Régia, ou similares. Aqui existem umas quatro espécies sendo esta, a desenhada aqui a mais comum. Para começar um curto e desajeitado vôo, por causa do tamanho reduzido de suas asas, ela tem de literalmente de correr sobre a superfície para atingir uma velocidade de decolagem. Foi assim que minha memória a "fotografou". Poucas vezes as vi atravessarem os rios largos, mais o fazem com valentia se a ocasião se fizer necessária.
Corocões, os anunciantes do novo dia
Corocão, é assim que chamamos este animal, uma espécie de Ibis da Europa e Asia, devem ser parentes separados por algum fenomenos da geografia. Aqui eles tem o costume de bem cedo da manhã, subirem e descerem os rios ou igapós, cantando um canto que é repetido muitas vezes e soa como: Coró, Coró, Coró..... Daí este nome. É um animal pesadão, voa lento e em curtas distancias, e sempre tem suas pernas penduradas. Passaos dias dentro da floresta pescando, e é dificil de ser visto durante o dia pois é arredio e foge da presença humana. Tem um primo maior que ele, muito parecido na sua aparencia, mas bem maior que ele. São pretos, e difíceis de serem vistos pois ficam sempre dentro de folhagem fechada onde é escuro. os ribeirinhos acreditam que eles anunciam as enchentes sempre que voam no sentido de subir o rio , e a vazante caso voem no sentido contrario. Aqui na Amazonia os caboclos comem tudo que matam, e dizem ser boa sua carne, mas tem uns ossos finhinhos que lembram as espinhas de peixe, coisa comumem animais pernalta que se alimentam pescando.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
A Anta Rosilha, a maior das espécies
Este é maior mamífero das Américas. Inside na America do Sul em quase sua totalidade, e se destacando em densidade de indivíduos na Amazônia. Temos duas especies bem distintas e uma sub espécie das menores. Esta do desenho é bem grande e como todos os de sua raça, não se afasta muito de lugares com água: rios,lagos, igarapés. Nada muito bem e pode ficar por dez minutos submersa. Muito perseguida pela sua carne que é muito apreciada na região, a Anta se refugia cada vez mais bem distante dos centros de habitação humanas, Isto porém não empata que caçadores as abatam, pois elas como a maioria dos animais selvagem frequentam certos locais onde deve haver muitos minerais e sal, posto que quase todos vem para comer o barro e beber a água lamacenta que se cria. São chamados por nós de : Barreiros! Porcos , Veados [os mais cautelosos ao se aproximar] Pacas, Quandus e outros incluindo até aves como papagaios, Araras, Pombos selvagem [Galegas], Jacus, Mutuns e muitos macacos, com o disparada preferencia dos Bugios, sempre estão nestes locais. A Onça tambem está sempre por perto caçando, aproveitando a visita de suas vítimas. Pois bem,os caçadores descobrem estes comedouros e durante o dia vão se acomodar em trapiches que fazem no alto das árvores ao redor do grande buraco e lá espreitam, tocaiam as Antas e outros animais. Quando perseguida pela Onça Pintada, e se esta vem grudada em sua costa lhe mordendo, ela procura uma palmeira de Paxiubinha que tem raizes de até um metro de altura expostas e cheias de espinhos e se joga dentro, geralmente ela sai toda ferida mas a onça passará um bom tempo sem querer olhar para uma Anta. Seu pelo é cinza escuro e seu couro é muito grosso. Os indíos antigamente, quando ainda cultuavam seus rituais [Antes da chegada das Ongs "protetoras"de Indio e da FUNAI] eles usavam tiras do seu couro seco e torcido, no qual inseriam um afiado esporão de Araia, para dançarem o Peixe-Boi. Era uma forma cruel, mas eficiente de evitar desavenças sociais na tribo.
Aqui está o Rei dos céus da Amazônia; sua magestade o Grande Gavião Real. Quando adulto, entre as pontas de suas asas, existem dois metros e vinte centimetros de distancia. Suas pernas são de grossura de uma l pilha grande destas comuns [é a referencia de comparação que me ocorre. Desculpem.] Na cabeça tem um grande penacho que se abre sempre que o animal está irritado, em ação de ataque, ou visualizando algum perigo. Este aqui, está transportando um enorme Guariba [Bugio]. Se olharem direito verão, o osso da perna do macaco quebrado e exposto, este fato faz parte do ataque deste predador que quando investe sobre os animais bate com sua garra em suas pernas ou tronco sempre causando, um grave ferimento que o impossibilitará de fugir. Ja presenciei uns quatro ataques e em todos o ví investir sobre mais de um animal. Apesar de seu tamanho tem o vôo silencioso, pois suas asas são revestidas por pequenas plumas, que abafam o ruido. Com todo este tamanho se desloca bem dentro da floresta, naturalmente que procurando sempre locais não tão fechados.É dono de uma força descomunal, e arranca facilmente uma grande Preguiça de um galho. Os antigos acreditavam que ele matava e levava crianças para seu ninho, o que não é verdade, nunca foi comprovado este boato. Nas cores preto e branco, é um animal imponente e raro.
O Gavião noturno
Este aqui, é um tipo especial: nunca vi fotos desenhos ou qualquer referencia sobre sua existencia. É natural do rio Eiru, e caça Morcegos ao anoitecer. Desenhei esta linda lua de verão, para mostra-lo cedo da noite ainda em atividade. Náo fica muito tempo na noite, mas este fato de caçar Morcegos a esta hora, eu nunca tinha visto. Passei trinta anos de minha vida trabalhando nos seringais do Rio Eiru, duas únicas vezes tive a oportunidade de vê-lo, até acreditei que era um tipo de coruja, mas um serigueiro que estava comigo disse : este é o Pega Morcego. É dificil de ver, e de dia acho que passa escondido, concluiu o caboclo. Quis saber mais sobre o espécime, porém nem todos o conheciam, e o que sabiam dele é que era caçador de Morcegos. É muito rápido e o ví atacando os Morcegos por baixo. Tem um floco de penas sob cada asa, e na verdade não sei o que representa, seria uma versão de Anti-radar? já que os Morcegos usam este metodo de orientação. Caça tambem mariposas, sempre que se forma um tempo anunciando chuva me disseram.
O terror dos terreiros com galinha
Ainda com Gaviões no Blog, vou falar sobre um dos menores da família, mas que não perde em agressividade para seus primos maiores. Com a roupagem de penas cinza claro e escuro e pequenos pontos negros, tendo a parte de baixo das asas e do corpo branco, este gaviãozinho é profissional em atacar, e quase sempre levar; pintos, frangos,e até galinha como aqui na gravura. Esta cena eu vi [uma similar, pois animais são muito fiéis aos seus modos de ataque.] na casa de um seringueiro amigo meu. Estavamos, na beira do rio e ao ouvir os gritos de terror de uma galinha corremos para lá e, se pensávamos que era uma Irara ou outro mamífero,nos enganamos, quem estava atacando era este pequeno gavião. Tempos depois vi uma gravura assim e lembrei do fato e tomando como referencia a figura que via e as lembranças do local e da espécie de Gavião que vi, aqui está o nosso Gavião Rapina, pois assim é que o chamam por aqui.
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